Aquela bola era bonita e tinha até o cheirinho de nova. Perfeita!
Por melhor costurada que fosse, porém, ela só teria uma ótima avaliação se os pés que faziam a “embaixada” ou o drible fossem dotados daquela destreza mágica que nos acostumamos a ver com os grandes craques. Resumo: é a pessoa que faz a bola ser “perfeita”.
-------------------------------------
Existem empresas que não fazem propaganda, embora adotem outras ações mercadológicas. Mesmo sem ela, continuam a povoar os sonhos e os desejos das pessoas, com sua marca imbatível no segmento e os seus produtos custando caro. Muito caro.
A proposta de valor desenvolvida pela Ferrari possui os elementos defendidos por Aaker (2007), em seu modelo de identidade de marca: o benefício funcional (por meio do desempenho), o emocional (por meio da exclusividade) e o benefício de auto-expressão (por meio da sofisticação).
Talvez bastasse. Mas cônscia da necessidade de se reinventar e de que outras marcas (Bugatti, Lamborghini ou McLaren) também possuem condições semelhantes de proposição de valor, resolveu acrescentar o benefício do capital humano na sua proposta de valor.
Este benefício é o que proponho na minha tese de doutoramento (http://aspro02.npd.ufsc.br/pergamum/biblioteca/index.php?resolution2=1024_1#posicao_dados_acervo): o acréscimo do capital humano como um dos construtos para o desenvolvimento de uma identidade de marca consolidada.
Para conhecimento, em 1997 a Ferrari destinou cerca de R$ 550 milhões para o programa denominado “Formula Uomo”, um óbvio trocadilho para a Fórmula Um. Consiste em um conjunto de processos atuantes em várias frentes: redução do consumo de energia, melhorias na produção, modernização do ambiente administrativo, treinamento constante, auxílio para compra de livros universitários e empréstimos pessoais.
Dez anos depois, ganhou o prêmio de melhor empresa da Europa para se trabalhar, outorgado pelo instituto Great Place to Work. Nas palavras do presidente Luca di Montezemolo: “A excelência direciona todas as atividades da Ferrari. Nada mais normal do que criar um ambiente de trabalho diferente do que qualquer outro em qualquer parte do mundo”.
Se trabalhar na Ferrari já é um (agradável) sonho, imagine em uma Ferrari excelente não só no produto, mas também no ambiente de trabalho, conforme as fotos a seguir. O fato de valorizar e divulgar as ações relativas ao capital humano confirma sua importância para a construção da identidade de marca.
Quando lembramos que, a despeito dos robôs usados em algumas fases de produção, grande parte da construção de uma Ferrari é manual, que seu projeto nasceu do conhecimento de um engenheiro, que suas formas foram criadas a partir da visão de um designer, sabemos que o capital humano, sem dúvida, ajuda a construir uma marca forte.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário