domingo, 11 de outubro de 2009

Marcas que permitem sensações facilitam a paixão



Diversas marcas acabam incorporando atributos que, originalmente, não são seus.

O Hammer é um veículo desenvolvido para campos de guerra; virou marca cultuada entre os rappers americanos ricos. A Everlast é fabricante de roupas para boxe (embora tenha iniciado com vestuário para natação); hoje veste gente de 15 a 35 anos com suas linhas urban e fitness.

Uma das marcas mais interessantes para observar esta “alteração de personalidade” é a dos restaurantes de comida australiana Outback.

É a mais australiana das redes de alimentação. Mas nasceu na Flórida. É o ponto absolutamente fundamental nesta análise: a marca conseguiu incorporar tamanhas força e tecitura, que as pessoas realmente acreditam se tratar de uma casa vinda da Austrália.

Com ambiente marcante, fortes e deliciosos temperos (comida baiana vira sobremesa, aqui), decoração temática com bumerangues, coalas e mapas, e cardápios com visual, ao mesmo tempo, rústico e de bom gosto, a casa chama a atenção pela descontração. Até a iluminação foi pensada para levar o consumidor à Austrália: seu tom suave, entre o amarelo e o laranja, faz lembrar o pôr-do-sol australiano.

Geralmente universitários, os atendentes não atendem: conversam com as pessoas. Muitas vezes, para aumentar a sensação de conversa e manter-se à mesma altura, ficam acocoradas ao lado da mesa, demonstrando intimidade respeitosa e leveza. É um aspecto à parte.

Com este conjunto de sensações permitidas à marca, ela cresce e se diferencia, adotando aspectos que não seriam os esperados de uma cadeia americana de restaurantes. E conquistam pessoas de todas as idades. Muitas vezes com a mesma paixão por sua comida como a mostrada no filme, a seguir.

Como disse Neumeier, CEO da The Brand Group, “A marca não á aquilo que você diz que é. É aquilo que eles [os consumidores] dizem que é.”

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