sábado, 27 de fevereiro de 2010

Campanhas polêmicas propositais

A recente campanha da associação francesa Direitos dos Não Fumantes mostra dois jovens em um ato de felação forçada. De acordo com o vice-presidente da BDDP, agência que criou o anúncio, “...a felação é o símbolo perfeito da submissão”. Veja os anúncios a seguir.

Embora as fotos realmente sugiram isto, pela idade provável dos 3 protagonistas, tratar o ato sexual como submissão é algo que já não condiz com a atual liberalidade em relação ao tema.

Divulgada amplamente pela imprensa mundial, quanto mais se fala mais ganha força este tipo de raciocínio criativo para entidades não governamentais. E são inúmeros os exemplos. Um dos últimos foi um filme proibido em que apareciam dezenas de aviões em direção aos edifícios de Manhattan, sugerindo que as mortes ocorridas com o Tsunami foram em muito maior número do que as do 11 de Setembro.

Diferentemente de marcas “normais”, em que campanhas como esta seriam rechaçadas imediatamente e colocariam a marca em um patamar de “desatualizadas”, as campanhas que invocam apelos desta natureza acabam sendo tratadas pelo grande público mais como uma curiosidade do que propriamente como um apoio à causa.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Conversando com outro target



Campanhas de propaganda com humor são comuns. O brasileiro, em particular, se identifica com elas.

Agências de propaganda desenvolvem um mote deste teor e as anunciantes se apegam ao apelo para divulgação nos mais diversos materiais publicitários.

No mês passado, a Cultura Inglesa foi um pouco além. Utilizando de humor, falou com pessoas comuns, target que possivelmente não fazia parte dos clientes da empresa.

As pessoas cujos nomes são Uóshito, Uélito, Brédi, dentre outros, têm um semestre de aula grátis. O anúncio, a seguir, diz que acredita que pessoas com este nome deveriam nascer falando inglês.

O gerente de Marketing da escola disse à Folha de São Paulo que confiou no bom humor das pessoas e as privilegiou por entender que muitas vezes elas se sentiam constrangidas por serem alvo de brincadeiras.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma ideia e a pessoa certa para divulgar

Passar de vilão a mocinho apenas comprovando que seus produtos não fazem mal.

Em outro contexto, isto soaria estranho, pois empresas não lançam produtos que fazem mal.

No caso da Monsanto, faz todo o sentido.

Atacada pelos ativistas com nomes como Mutanto ou Cereal Killer, teve sua imagem arranhada e foi mote de variadas peças publicitárias (acompanhe abaixo). Chegou a ter prejuízo de US$ 1,5 bilhão para, em poucos anos, chegar a um faturamento de 2 bilhões de dólares, sem ter mudado do segmento de transgênicos. Ao contrário, lançando mais produtos na mesma linha.

Conseguiu comprovar, ao longo dos anos, que os produtos que fabricava eram seguros para a saúde. Investiu muito dinheiro em desenvolvimento de novas tecnologias. Tem hoje 110 doutores em seu laboratório de 300 funcionários.

Sabia que enfrentaria uma guerra com a sociedade. Buscou no meio acadêmico o apoio de que necessitava. Como comparativo, no Brasil aproximadamente mil estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado receberam bolsas governamentais para projetos ligados à engenharia genética, a maioria aplicada à agricultura.

Aparentemente a Monsanto venceu e reconquistou uma imagem forte. Acreditando em uma ideia (capacidade de desenvolvimento) e buscando um caminho de divulgação adequado (acadêmicos).


sábado, 6 de fevereiro de 2010

O tempo que constroi ou destroi

O megarecall da Toyota não é apenas respeito pelo consumidor ou uma atitude para evitar conflitos judiciais. É, neste caso, uma maneira de arranhar uma marca em pouco tempo.

O montante previsto de US$ 1,1 bi para os ajustes necessários é apenas um dos problemas da marca. A sua continuidade é o grande desafio de Marketing a ser enfrentado. Afinal, quantas pessoas ainda correrão o risco, considerando que podem comprar outros carros tão bons quanto os da Toyota por preço similar? E mais: o que os atuais proprietários de Toyota farão com seus usados? Venderão a que preço?

Até hoje, a marca sempre cresceu baseada na crença das pessoas de que ela era robusta e de engenharia praticamente perfeita. Agora, nem uma coisa nem outra.

Há anos, a Perrier descobriu traços de um elemento químico impróprio para o consumo humano na água que envasava. Resolveu retirar do mercado enquanto não conseguisse sanar o problema. Ação de respeito ao consumidor.

Passados 8 meses sem solução, a água Evian ultrapassou as vendas da concorrente. Posteriormente, a Nestlé comprou a Perrier por um preço muito abaixo do imaginado antes do ocorrido.

O tempo pode corroer carros e marcas.