segunda-feira, 13 de julho de 2009

Marcas devem simplesmente funcionar

Era quase meio-dia no entertainment park, como agora são chamados os parques de diversão.

Depois do almoço, os idosos como eu não se atrevem nas atrações de adrenalina. Então, aproveitei para ir no “Elevador” naquele momento. Ao subir lentamente, com as pessoas ficando pequenas, eu já não distinguia seus sorrisos e elas não viam meu arrependimento.



Naqueles instantes derradeiros, só um pensamento me aturdia: “Os caras da manutenção apertaram direitinho os parafusos e calibraram o sistema hidráulico conforme o peso e a velocidade da queda?” Ou seja, fizeram o que tinha que ser feito? Fazer funcionar?

Há uma briga interessante ocorrendo no mundo empresarial das marcas. Talvez o dito ‘funcionamento’ seja um pouco mais complicado e evidentemente mais caro: é a briga da poderosa Microsoft com a espetacular Google.

Não há como imaginar onde isto terminará e qual delas sucumbirá primeiro. A NetScape já veio e já foi. A Linux tentou e se asfixiou. Para dar mais sabor à briga, empresas iniciantes do Vale do Silício preferem a marca Google à Microsoft.

Esta continua presente em aproximadamente 95% dos computadores com o seu Windows. No entanto, uma mudança está a caminho.



Tendo acusado o golpe dado pela Google, a Microsoft oferecerá uma versão gratuita do pacote de aplicativos Office, a ser baixado pela internet. É muito dinheiro: a Microsoft registrou lucro operacional, para este pacote de software, de US$ 9,3 bilhões nos três primeiros trimestres do atual ano fiscal, de acordo com o site da Reuters.

No mesmo site, a porta-voz da Microsoft, Janice Kapner, afirma que a versão gratuita do Office fornecerá uma "...experiência muito rica e provavelmente terá mais funcionalidade que os aplicativos Google...”. Anotem a palavra ‘experiência’.

Por seu lado, a Google já oferece gratuitamente o Google Apps e o Google Docs, pacotes com e-mail e processamento de texto. E agora promete o Google Chrome OS, sistema operacional a ser lançado como o grande desafiante do Windows. Inicialmente, atuará somente nos netbooks, os primos pobres dos notebooks, basicamente para acesso à internet.

De acordo com diversos blogs de tecnologia, a diferença básica entre um e outro é que o Chrome está sendo desenhado em uma era em que a comunicação e o trabalho ocorrem em rede, enquanto os sistemas operacionais atuais foram desenvolvidos quando não havia esta condição.

Basicamente, a proposta de valor do Chrome é oferecer simplicidade e segurança, como aspectos-chave. Se observarmos a proposta de valor do Macintosh (“não pegamos vírus”), se compreende melhor a força desta proposição.

O desafio é “...construir um sistema operacional mais leve, dedicado à navegação na internet, focado na experiência do usuário de hoje...", de acordo com Felix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil, no blog oficial da empresa. "Nosso foco é no usuário e sua experiência, não na concorrência e no que ela pode ou não fazer".

Interessante. Nas frases mais relevantes do seu discurso, novamente a palavra ‘experiência’.

O que parecia ser uma briga de produto, se transforma rapidamente em um embate de marcas, em que a ‘experiência’ com ela pode ser a diferença entre quem fica e quem sai do mercado.

De acordo com Wheeler (2008) a estratégia de marca deve ser construída com Visão + Ações + Expressão + Experiência. Parece que a experiência virou a bola da vez também na área de TI, onde até o momento somente se ouvia falar em desempenho, versatilidade e inovação.

Importante a ênfase na experiência, para que uma delas não fique do mesmo modo que outras ficaram após o estouro da crise global em 2008: modificadas. Para pior. Como na brincadeira que correu a internet logo no início do ano.















Para a Google, um sistema operacional "tem simplesmente que funcionar".

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